Por: Jailson Uriel Zanini
As cidades estão ficando pequenas demais. Digo isso sem medo de
errar, não estamos mais cabendo dentro de nossas cidades. O trânsito
tornou-se martírio; as filas de bancos, farmácias, supermercados e todo
tipo de espera uma tortura. Esses dias, observando os fiéis em uma
missa, desesperados por chegar primeiro para tomar a comunhão, uma
dúvida me corroeu: aquela pressa era vontade de Deus ou o repúdio do
povo. Enfim, o tempo não para.
Tenho um costume meio estranho e criticável, gosto de observar as
pessoas. Aprendemos com o compasso dos outros. Dias desses, estava
sentado próximo a um ponto de muito movimento da cidade. Devido uma
construção, as pessoas tinham que se amontoar para passar de um lugar ao
outro, o interessante que pude notar foi a impaciência de alguns que
ali passam. Descreverei a cena: era por volta das 9h30, num sábado, o
centro estava bem cheio; Um jovem murmurava porque tinha que diminuir o
passo, pois um idoso caminhava a sua frente vagarosamente.
Entendendo a cena: de um lado o jovem, com toda saúde, disposição,
com sede de ir em frente; do outro um velho, que não tinha mais dever de
correr, nem tanta saúde, tão pouco disposição; já tinha chegado.
O mundo tem pressa, queremos de toda forma chegar lá! Buzinamos, gritamos, xingamos etc. E a paciência? Finada palavra dos vocabulários. Nessa corrida desenfreada, buscamos a todo custo ser reconhecidos, aplaudidos, queremos ser a luz, gostamos dos elogios, o ego tornou-se nosso sobrenome. Não aceitamos críticas, queremos status, pois lá temos a proteção, a redoma do poderzinho que impele as críticas. Cremos dogmaticamente que estamos certos, mesmo quando a condição nos mostra a posição ridícula de errado.
O mundo tem pressa, queremos de toda forma chegar lá! Buzinamos, gritamos, xingamos etc. E a paciência? Finada palavra dos vocabulários. Nessa corrida desenfreada, buscamos a todo custo ser reconhecidos, aplaudidos, queremos ser a luz, gostamos dos elogios, o ego tornou-se nosso sobrenome. Não aceitamos críticas, queremos status, pois lá temos a proteção, a redoma do poderzinho que impele as críticas. Cremos dogmaticamente que estamos certos, mesmo quando a condição nos mostra a posição ridícula de errado.
A cidade tornou-se pequena demais, não conseguimos mais conversar,
nossas tribos são virtuais, nossos amigos são fotos estáticas dos
Facebook, Twitter, Orkut da vida. Nossas prosas metamorfosearam-se em
caracteres, nossos discursos são um eterno retorno da inutilidade
política, das novelas, dos filmes, dos livros vendáveis. Não cultivamos
mais os jardins. Não discutimos ideias, discutimos opiniões (aliás, sei
mais que você e sempre você estará errado!).
O fato é que não podemos estar sempre alegres, mas devemos estar em
paz. É aconselhável visitar os asilos, escutar os mais velhos, eles têm
muito a nos dizer e querem dizer. Em uma badalada do tempo estaremos com
a mesma vontade! Muitas vezes, é necessário ter a coragem de vencer a
si mesmo, talvez mais coragem do que vencer uma guerra. É preciso
ressuscitar a paciência, a parcimônia e a coragem de dizer “eu sou uma
obra inacabada” que precisa todos os dias de retoques de outros humanos.
Reconhecer a pequenez dar-me-á o sobrenome de humilde.
DATA DA PUBLICAÇÃO: 25/01/2012
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